terça-feira, 31 de julho de 2012



               CENTENÁRIO DA E.F.M.M. - VIRADA CULTURAL


A coordenação da festa em comemoração ao Centenário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, já está com tudo pronto, esperando apenas as 5h00 da manhã do dia 1º de agosto, para acionar a sirene no pátio da ferrovia, dando início a programação que vai acontecer até as 00h00. Sexta feira passada, em coletiva a imprensa, o secretário da Secel Francisco Leilson disse da satisfação em realizar no Centenário da Madeira Mamoré a primeira “Virada Cultural” de Porto Velho.
A solenidade de abertura das festividades está marcada para acontecer as 7h00, com o hasteamento da bandeira brasileira, apresentação da banda Militar, aposição da placa comemorativa dos 100 anos, lançamento do selo comemorativo, ato ecumênico, corrida do centenário, exposições de fotografias e artesanato, passeios de barco, teatro, show musicais e muito mais.
A programação será realizada em vários locais do centro histórico de Porto Velho como: Complexo da Estrada de Ferro,  Praça das Três Caixas D’água, Praça Getúlio Vargas, Praça Jonathas Pedrosa e Campo da 17ª Brigada. “Queremos apresentar a perspectiva de um grande complexo turístico não mais da lendária, mas da prospera Estrada de Ferro Madeira Mamoré que merece uma atenção especial pelo significado que tem para a nossa história”, disse Chicão.
Além do governo estadual através da Secel, integram a coordenação da festa, Fundação Iaripuna, Correios, Santos Antônio, Tribo do Mato, Iphan e a empresa Santo Antônio Energia entre outros.
Os shows musicais e culturais começam as 10h00 no Palco Madeira que será montado em frente ao prédio do relógio.


quinta-feira, 12 de julho de 2012



EFMM CENTENÁRIO
Artistas vão pintar as locomotivas
O secretário da Secel Francisco Leilson convidou os artistas plásticos residentes em Porto Velho a participarem positivamente dos festejos do Centenário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, pintando as locomotivas que ainda estão em condições de tráfego bem como as sucatas dessas das locomotivas que se encontram jogadas a beira da ferrovia no trecho entre Porto Velho e Santo Antonio. “O Chicão fez uma espécie de desafio e nós aceitamos”, explica o artista plástico Geraldo Cruz. Geraldo juntamente com o também artista plástico João Zoghbi aceitaram o desafio e já conseguiram a confirmação de 30 artistas plásticos, dispostos a participar da empreitada que vai acontecer no próximo sábado dia 14. “Não vamos transformar as locomotivas em obras de arte, nada disso, a Secel vai fornecer o material necessário e nós vamos apenas pintar na cor original cada peça das locomotivas”, explica Zoghbi. O mutirão está marcado para começar as 8h00 de sábado na praça da Madeira Mamoré. Os interessados devem procurar o Geraldo Cruz no horário comercial na Casa da Cultura ou então comparecer pronto para trabalhar sábado de manhã na estação da EFMM. “Creio que a dificuldade maior será pintar as sucatas, porque elas estão no meio da mata”, finalizou Geraldo Cruz

quarta-feira, 11 de julho de 2012

              ÚLTIMO APITO DA E.F.M.M.10 de julho de 1972

O dia 10 de julho, uma data que marcou  os que moravam em Porto Velho desde o ano de 1972 e ouviram o último  apito da locomotiva da Madeira Mamoré informando a todos, que a partir daquela data, o trem não mais faria o percurso entre Porto Velho e Guajará Mirim.
Estava erradicada a ferrovia Madeira Mamoré.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Silvio Santos

Colaborador do Gentedeopinião, ZEKATRACA é titular da coluna Lenha na Fogueira no jornal Diário da Amazônia. E-mail: zekatracasantos@gmail.com

O centenário da ferrovia que não deveria parar

A festa do centenário em comemoração a esse grande feito, acontece hoje 30, em Guajará Mirim

30/04/2012 - [06:58] - História
EFMM / FOTO: ANA CÉLIA SANTOS
Há exatamente cem anos, era assentado o último dormente da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, no ponto final em Guajará Mirim, 30 de abril de 1912. “Entre entusiasmados discursos, autoridades presentes saudavam o término da construção dos 364 km de via férrea, um prego de ouro foi simbolicamente batido no último dormente” , Matias Mendes no livro “Pioneiros”. Terminava ali após várias décadas, o sacrifício dos produtores de borracha e outros produtos brasileiros e bolivianos, de arriscarem vidas subindo e descendo as cachoeiras existentes no trecho dos rios Madeira e Mamoré entre Santo Antônio e Guajará Mirim.

A festa do centenário em comemoração a esse grande feito, acontece hoje 30, em Guajará cidade que ficou conhecida como a Pérola do Mamoré. Ao longo desses cem anos de existência, a Estrada de Ferro Madeira recebeu vários codinomes, entre eles: Ferrovia do Diabo, A Estrada dos Trilhos de Ouro, aquela que cada dormente representa uma vida, Ferrovia de Deus e assim por diante.

O que pretendemos com essa matéria, é chamar a atenção de quem de direito, para o potencial turístico que representa “A Sucata da Estrada de Ferro Madeira Mamoré”, de como poderemos transformar em geração de renda e emprego o que ainda resta da lendária ferrovia.

Não precisamos ir muito longe para confirmarmos o que citamos acima, basta ir à Praça da Madeira Mamoré aos finais de semana, para ver o quanto as pessoas gostam de apreciar, tocar, fotografar enfim, de registrar de alguma maneira, os vagões, litorinas, prédios da estação, armazéns, o plano inclinado e as locomotivas. É comum encontramos crianças e adultos se equilibrando em cima dos trilhos assim como casais namorando dentro dos vagões. A oficina é outra atração turística, pois ali podemos ver tornos, fresas e outras máquinas que fabricavam as peças de reposição das locomotivas e de todas as composições da Ferrovia, sem falar na exposição de ferramentas, fotografias, e apetrechos utilizados pela administração no que denominam de “Museu da EFMM” existente no galpão nº 1. Infelizmente esse “Museu” ninguém sabe explicar, só abre aos domingos à tarde.

Estamos apenas falando do potencial turístico existente no que passaram a chamar de “Complexo da Madeira Mamoré” em Porto Velho, que é composto pelo prédio da estação, os galpões nº 1, 2 e 3, a rontuda, a oficina, o anfiteatro e a casa onde funcionou o famoso plano inclinado.



 
EFMM / FOTO: ANA CÉLIA SANTOS

Sucata – Atração turística que vale ouro
Para quem gosta de praticar o turismo de trilha, podemos indicar a caminhada pelos trilhos e dormentes entre a estação em Porto Velho até a Vila de Santo Antônio. Nesse trecho o turista vai se deparar com o maior crime já cometido contra o patrimônio histórico de Rondônia e brasileiro. Ali estão jogadas locomotivas, guindastes, vagões de carga e passageiros, vagões de lastro e tantas outras peças, que durante sessenta anos transportaram cargas e passageiros da Bolívia, Guajará Mirim, Vila Murtinho, Colônia do Iata, Abunã, Mutum Paraná, Jacy Paraná, e Porto Velho.

Essa sucata se bem explorada, com certeza vai gerar divisas e emprego, basta a prefeitura de Porto Velho ou o governo estadual mandar limpar, tirar o mato que cobre todo o acervo, pintar nas cores originais e colocar a disposição dos turistas guias especializados em Madeira Mamoré além, é claro, de colocar o trem trafegando pelo menos de Porto Velho a Santo Antônio.

Vimos que a linha férrea nesse trecho, com poucos reparos e a retirada das residências que ficam muito perto dos trilhos, pode dar condições para o tráfego da composição com turistas.


Guajara Mirim & Iata, Vila Murtinho etc.
Em Guajará Mirim existe um movimento que a cada dia cresce mais, no sentido de sensibilizar o governo estadual a recuperar o trecho da Estrada de Ferro Madeira Mamoré que vai até o Iata. Nesse trecho o turista vai apreciar as belezas da serra dos Parecis ou Pacaás, além de conhecer a vila que por muitos anos, abasteceu de cereais, verduras e legumes as cidades de Guajará Mirim e Porto Velho.

Ao contrário de Porto Velho, Guajará Mirim não tem o cemitério das locomotivas e composições da Ferrovia, ali se conserva o prédio onde funcionou a estação e o escritório da administração da Estrada de Ferro. É nesse prédio onde hoje funciona o Museu com peças da nossa fauna e flora e é claro, fotografias e peças da Madeira Mamoré, em virtude de ficar na passagem para o Porto das catraias (embarcações que transportam passageiros até a cidade de Guayaramerim-Bolívia), o museu do qual faz parte uma locomotiva, é bastante visitado pelos turistas, o que está faltando, é justamente um guia especializado na história da Estrada de Ferro para orientar os visitantes.

Além desse trecho, temos a Estação de Vila Murtinho que fica no município de Nova Mamoré. A estação de Vila Murtinho era a que mais dava lucro a empresa Madeira Mamoré, pois era ali que embarcavam os produtos oriundos do Departamento do Beni na Bolívia. Vale lembrar que é justamente em frente a Vila Murtinho que se encontram os rios Mamoré e Beni e desse encontro, nasce o Rio Madeira.
Abunã também é potencial turístico que precisa ser explorado, pois além da Estação da Madeira Mamoré é por lá que Rondônia tem acesso via terrestre, ao estado do Acre, é uma região rica na produção de castanha brasileira.
Jacy Paraná, talvez seja a cidade mais promissora das que nasceram ao longo dos trilhos da Madeira Mamoré, pois, em virtude da construção das Usinas Hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio a Vila se transformou numa cidade promissora. Turisticamente falando, além da famosa ponte de Jacy, temos as ruínas da estação da Estrada de Ferro e a Caixa D’água que fica a aproximadamente 1 kg do centro da Vila, além do Rio Jacy considerado bom produtor de pescado.
 
EFMM / FOTO: ANA CÉLIA SANTOS


História - A saga da construção da EFMM
Graças ao tratado de Petrópolis, assinado no dia 17 de novembro de 1903, a Estrada de Ferro Madeira Mamoré foi construída. “Os Estados Unidos do Brasil obrigam-se a construir em território brasileiro, por si ou por empresa particular, uma ferrovia desde o porto de Santo Antônio, no rio Madeira, até Guajará Mirim no Mamoré, com um ramal que passando por Vila Murtinho ou outro ponto próximo (Estado de Mato Grosso), chegue a Vila Bela (Bolívia), na confluência do Beni e do Mamoré. Dessa ferrovia, que o Brasil se esforçará por concluir no prazo de quatro anos, usarão ambos os países com direito às mesmas franquias e tarifas” Cláusula VII do Tratado de Petrópolis

Tudo isso aconteceu em virtude do litígio entre Brasil e Bolívia em torno das terras que hoje formam o estado do Acre.

Na realidade, a idéia de se construir uma estrada de ferro para facilitar o escoamento da produção de borracha brasileira e boliviana que era feita no trecho encachoeirado dos rios Madeira e Mamoré, surgiu no ano de 1861, através do general boliviano Quentin Quevedo e do engenheiro brasileiro João Martins da Silva Coutinho que percorreram o rio Madeira. “A eles, pois, cabe a prioridade da sugestão de uma ferrovia que substituísse o trecho das cachoeiras do Alto Madeira” escreve Manoel Rodrigues Ferreira às páginas 63 do livro “A Ferrovia do Diabo”.

Esse sonho só começou a ser realizado em 1907, quando o empresário americano Percival Farquar após uma manobra que envolvia o engenheiro brasileiro Joaquim Catrambi ganhou a concorrência da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.

A primeira estaca, aquela que deu inicio a construção da Estrada de Ferro, foi fincada no dia 23 de junho de 1907 em Santo Antonio e o prego (de ouro), que fixou seu último dormente foi batido no dia 30 de abril de 1912, porém, a inauguração propriamente dita, só aconteceu no dia 1º de agosto daquele ano com os trens trafegando entre Porto Velho e Guajara Mirim, na extensão total de 364 km.

 
O dia que a Maria Fumaça parou
Corria o ano de 1972 e o zum zum de que a Estrada de Ferro Madeira Mamoré seria desativada por completo, chegara ao Café Santos, ponto de encontro dos portovelhenses, que ficava na esquina das ruas Sete de Setembro e Prudente de Moraes.

Ao iniciar o mês de julho as rádios e os jornais impressos começaram a divulgar uma nota da administração da Estrada de Ferro Madeira Mamoré convidando a população para a solenidade de encerramento das atividades da Estrada de Ferro que aconteceria no dia 10 de julho as 19h00.

Exatamente as 19h30 do dia 10 de julho de 1972, as locomotivas que estavam no pátio da Estrada de Ferro em Porto Velho tocaram seus apitos durante cinco “longos” minutos. Foram 60 (sessenta) anos percorrendo os 366 km de extensão da ferrovia, que levou o progresso para dezenas de localidades e transportou toneladas e toneladas de borracha, castanha e tantos outros produtos produzidos tanto pelos brasileiros como pelos bolivianos. Pois é, no dia 10 de julho de 1972 a Maria Fumaça parou. Parou mas, não foi totalmente desativada.


Os números da Madeira Mamoré
Segundo estatísticas, trabalharam na construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré 22 Mil operários, recrutados em portos de vinte e cinco países e até em prisões. Eram portugueses, espanhóis, italianos, russos, cubanos, mexicanos, porto-riquenhos, libaneses, sírios, índios, norte americanos, nordestinos brasileiros, antilhanos, granadenses, tobaguenses, barbadianos, noruegueses, poloneses, chineses e indianos. (Francisco Matias no livro Pioneiros).

Manoel Rodrigues publica em “A Ferrovia do Diabo”, que no final da construção a Companhia divulgou o número de óbitos durante os anos de 1907 e 1912: 1.552. Esse número refere-se apenas aos que foram a óbito no Hospital da Candelária. Os que morreram, mas não eram empregados, não são computados, como também não constam os que morreram nas viagens de volta depois de abandonarem Santo Antônio e Porto Velho. “Podemos assim multiplicar o total acima por 4 o que daria 6.208 óbitos” escreve Manoel Rodrigues.

O governo brasileiro pagou pela construção da ferrovia 62.194:374$366 contos de réis.


 
A reativação
Várias foram às tentativas de reativação de trechos da ferrovia, porém, todas fracassaram. O que achamos é que essas tentativas não deram certo por que não foram cuidadosamente planejadas.

Vinha um governo e dizia, vamos reativar o trecho tal da Estrada de Ferro, convocava os antigos ferroviários para darem um jeito de colocar a máquina (locomotiva), para funcionar. Eles atendiam a convocação e o trem voltava a correr pelos trilos por algumas semanas ou meses e logo paravam. Chegaram até a Vila do Teotônio, porém terminou por ficar fazendo o trecho de Porto Velho a Santo Antônio, fato que também não deu certo.

Em Guajará por alguns anos aconteceu a viagem até o Iata, mas, por falta de planejamento também parou.

Hoje pelo menos em Porto Velho, a prefeitura em parceria com a empresa Santo Antonio Energia está restaurando o girador, a rotunda e o galpão onde funcionou a oficina, já foram restaurados os armazens nº 1 e 2 faltando apenas do nº 3.

Em Guajará Mirim, o governo estadual está restaurando o Museu que funciona no prédio da antiga estação.

O sonho de todos os rondonienses em especial, os que residem em Porto Velho e Guajará Mirim, é ver o trem voltar a correr pelos “Trilos de Ouro” da Estrada de Ferro Madeira Mamoré a “Ferrovia de Deus”.

 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Curta Amazônia promove concurso de redação sobre Centenário da EFMM

Atenção diretores e diretoras das escolas públicas municipais e estaduais de Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará Mirim, preparem seus alunos, vem ai o “1º Concurso de redação sobre o Centenário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré”. As três melhores redações feitas por estudantes ganharão premiações individuais que vão desde kits escolares, kits de leitura sobre nossa história regional. Já as escolas, cujos estudantes representam, terão como premiação da organização: sessões de filmes infantis e regionais na Mostra de Cinema Infantil em outubro no mês das crianças em suas respectivas escolas. Podem participar escolas da área urbana e rural de Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará Mirim. O tema do concurso da redação é: “O Centenário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré”.
Segundo Lucília Gomes, membro da entidade organizadora do concurso de redação, “o objetivo é promover o estímulo à criação através da escrita e leitura e estabelecer o conhecimento sobre nossa história regional contada pela comunidade estudantil dos três municípios e difundida posteriormente nos demais municípios do Estado de Rondônia. Nesse ano, estamos prestigiando o tema “Centenário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré” através desse concurso de redação, além de estarmos fortalecendo o cinema nacional na formação de platéia com as exibições nas comunidades envolvidas, valorizando e difundindo nossa memória".
Todas as redações serão catalogadas e doadas às bibliotecas e secretarias municipais em todo o estado de Rondônia para leitura e pesquisa de nossa comunidade rondoniense. O mínimo para o desenvolvimento da redação será de 20 linhas e o máximo de 30 linhas. Sendo permitida somente uma redação por estudante de cada escola.
As redações podem ser enviadas a partir de 15 de janeiro a 15 de abril de 2012 sendo a data final da postagem e entrega na sede da entidade. O resultado dos vencedores do concurso de redação e as escolas que receberão as exibições de filmes serão divulgados durante o 3º Festival de Cinema Curta Amazônia no mês de junho que tem como patrocinador oficial do festival a Eletrosul-Eletrobrás do Governo Federal. A iniciativa da promoção cultural é da Associação Curta Amazônia com apoio da Shiny Star presentes, Guaraná Antarctica, colaboradores Nda Comunicações e o fotógrafo rondoniense Luiz Brito.
Todas as redações serão analisadas por uma banca de profissionais da área cultural e educacional.
O endereço para o envio das redações é: Associação Curta Amazônia - Rua Raimundo Cantuária, 712-B, Baixa União, Cep: 76.805-862, Porto Velho/RO. As redações podem ser entregue em blocos por escola ou individual via Correios. Mais informações no email: curtamazonia1@yahoo.com.br.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

RONDÔNIA: Uma terra abençoada pela natureza

RONDÔNIA: Uma terra abençoada pela natureza

Quem primeiro percebeu isso e preconizou quase como uma profecia, foi o maior desbravador dessas terras chamado Cândido Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon (diga-se de passagem, quase esquecido por nossos habitantes rondonienses).

04/01/2012 - [13:09] - Opinião
ANTÔNIO OCAMPO
Antônio Ocampo

 
Foi ele o primeiro homem público a acreditar que essas terras eram ricas em quase tudo, quando por anos e anos, no inicio do século passado, teve a oportunidade de dirigir uma equipe de técnicos e cientistas das mais diversas áreas que fizeram levantamentos na geologia, hidrografia, antropologia, mineralogia, clima, etc, e verificou que nas terras que viria um dia se chamar RONDÔNIA, seria promissora, pois tinha riquezas, como diamantes, que ele acreditava que essas minas, sozinha, seriam capazes de pagar as dividas e tornar o Brasil independente financeiramente. Essas minas ele as denominou “Urucumacuã”. Que, particularmente, acreditamos serem os diamantes existentes na reserva Suruí. Mas era na pecuária e na agricultura que Rondon percebia como a grande saída para tornar essa região de oportunidades para todos. E não deu outra. Sua previsão foi matemática.
Em 1943 a maior parte da área desbravada por Rondon passou a ser Território Federal do Guaporé. E logo, em 1956, passou a se chamar Rondônia, para fazer justiça em vida ao grande brasileiro. Sendo o único homem nascido no país que tem o nome de um Estado da Federação em sua homenagem.MARECHAL RONDON
Mas foi a parti da década de 70, quando o governador Humberto Guedes planejou a criação do Estado, que Rondônia, por sua vocação agrícola, passou a receber milhares e milhares de brasileiros a procura de um pedaço de terra para ocupar e desenvolver a agricultura e hoje, associado à pecuária, é um dos pedaços do Planeta com maior concentração de gado do Mundo. Exportamos nossas produções para vários países, e somos o Estado da Federação com maior índice de crescimento econômico do Brasil.
Em 1981, mais precisamente no dia 22 de dezembro, foi criado o Estado de Rondônia, e sob a responsabilidade do governador Jorge Teixeira de Oliveira, coronel do Exercito, o Teixeirão. O Estado foi implantado no dia 4 de Janeiro de 1982. Jorge Teixeira tratou de estruturar política e administrativamente o “MAIS NOVO ESTADO DA UNIÃO”, assim chamado pela propaganda oficial divulgado em vários estados brasileiros convidando as pessoas para vir morar em Rondônia, com emprego garantido, como servidor público. Era a Rondônia das oportunidades.
Surgiram no início da década de 80 os principais órgãos públicos, como Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, Ministério Público e a Assembleia Legislativa. Na estrutura do executivo diversas secretarias estaduais foram criadas. Com todos esses órgãos públicos implantados em Porto Velho, a Capital do Estado, passou a ter como base econômica o contracheque do servidor. A economia do contracheque foi forte por longos anos.
Hoje o Estado possui 52 municípios, e pelo menos um terço deles, jamais poderiam ter sido criadosJORGE TEIXEIRA DE OLIVEIRA. Mas temos municípios que se tornaram prósperos e desenvolvidos, principalmente os do eixo da BR. Ao contrário da cidade de Guajará-Mirim, como o povoado mais antigo de Rondônia, regrediu. De Pérola do Mamoré passou a ser a “Abandonada do Mamoré”. Somente agora o governador Confúcio Moura iniciou um trabalho de revitalização da cidade, em retribuição a maciça votação que recebeu na sua eleição ao governo.
Todos os governadores eleitos e reeleitos na era do Estado, seis ao todo (Jerônimo, Pianna, Raupp, Bianco, Cassol e atualmente Confúcio Moura), deram sua contribuição, de uma forma ou de outra, para o fortalecimento de Rondônia. O interessante que dos seis governadores eleitos apenas dois, Jerônimo Garcia de Santana e Oswaldo Pianna, tinham suas bases eleitorais em Porto Velho. E nenhum dos eleitos é rondoniense de nascimento. Pianna, que muitos acham que é rondoniense, nasceu em Manaus.
E já estamos numa sequência consecutiva do quarto governadores eleitos com bases eleitorais no interior– Raupp, Bianco, Cassol e Confúcio, o que eu acredito que isso enfraqueceu os investimentos para a Capital do Estado no decorrer de seus mandatos, tendo eles que dividir suas atenções com outros municípios do interior. Diferentemente do Acre, que hoje elogiamos a sua Capital, Rio Branco, todos os governadores são acreanos e suas bases eleitorais são da Capital Rio Branco. Isso faz muita diferença.
Nesses 30 anos de implantação do Estado, a imagem negativa ficou por conta da ação de boa parte dos políticos, a maioria deles vindos de outros estados brasileiros, que não tiveram e não tem a mínima consideração e respeito pela terra que os acolheu e, a seus eleitores. Corrupção... Foi à tônica que levou o Estado a ser matéria constante na mídia nacional, com dois presidentes da Assembleia presos pela Polícia Federal suspeitos de corrupção. E um deles não vai fazer parte das comemorações dos 30 anos, por ser considerado, hoje, foragido da Justiça. Como em tudo na vida tem exceções, o Judiciário rondoniense também fez parte dessa imagem negativa, tendo um presidente daquele poder preso pela Polícia Federal.

 
Arquivo/www.gentedeopiniao.com.br
A primeira composição da Assembleia Legislativa foi formada em boa parte por deputados infinitamente mais qualificados do que se tem nas ultimas eleições para a ALE. Foram capazes de elaborar a primeira Constituição do Estado. Eram eles médicos, advogados, intelectuais, professores, economistas, empresários, nomes como Jacob Atallah (PFL), Oswaldo Piana (PFL), Amizael Silva (PDS), Amir Lando (PMDB), Jerzy Badocha (PMDB), José Bianco (PFL), Tomás Correa (PMDB), Ronaldo Aragão (PMDB), Walderedo Paiva (PFL), Manoel Messias (PFL), Sadraque Muniz (PMDB) e, outros. Como não existem homens perfeitos, alguns deles, no meu entender, estão manchados quando traíram o seu maior líder, o cel. Governador Jorge Teixeira, saindo do partido ao qual foram eleitos, o PSD para a o PFL. O que causou imenso desgosto ao Teixeira.
Alguns segmentos, como o futebol, regrediu nos últimos anos. Considerado o mais forte da região Norte, hoje os times fazem feio até nas series inferiores do futebol nacional. Com uma Federação viciada e seus dirigentes amadores, levam a falta de credibilidade, por isso a desconfiança da iniciativa privada para investir no futebol rondoniense. Times tradicionais, como o Ferroviário, Moto Clube e Flamengo que tinham torcidas fanáticas, deixaram de existir. A volta do Moto Clube ao futebol, não teve a mesma força do passado.
Arquivo/www.gentedeopiniao.com.br
O poder público também contribuiu para essa regressão futebolística no Estado. Faltaram investimentos na estrutura do esporte de uma forma geral. Na Capital, o estádio Aluizio Ferreira já esta ultrapassado há décadas, o que não incentiva os moradores de Porto Velho a assistirem aos jogos dos novos times que surgiram nos últimos anos. O Gênus é uma exceção e ainda consegue levar torcedores para os seus jogos.
Mas temos muito que comemorar os 30 anos de implantação do Estado de Rondônia. São infinitamente mais aspectos positivos que negativos.
Cidades cresceram ou surgiram e são agradáveis de morar, como Ariquemes, Cacoal, Rolim de Moura, Vilhena, dentre outras; uma agro-indústria que cresce com o passar dos anos; indústrias surgiram por todo o Estado, contribuindo para gerar emprego; a população acima de 1 milhão e meio de habitantes, em que boa parte já são nascidos em Rondônia, jovens que tem seus país vindos de todos os estados brasileiros, principalmente do Sul do país, para terem um pedaço de terra para agricultura. Antes da década de 80 a maioria da população era composta de descendentes nordestinhos e nortistas que se estabeleceram na época áurea da borracha.
Nas comunicações houve avanços significativos. Nas áreas de rádio, televisão, jornal, e telefonia, todo o estado esta coberto; aeroportos de médio porte foram inaugurados, como os de Ji-Paraná e Cacoal; a estrutura viária foram milhares de quilômetros construídos de estradas cortando praticamente todo o Estado.
Na economia o Estado é um expoente no contexto nacional, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescente a cada ano em volume. Rondônia, atualmente, é o 16º colocado no ranking Nacional dos Estados que mais cresceram no País, e, na região Norte, encontra-se como o 2º colocado. Onde o setor de serviços detém 61,6% do valor adicionado do Estado, seguido da agropecuária com 20,3%, e da indústria com 14,6%, sendo o segundo Estado em áreas destinadas ao cultivo de café da cultivar canilon, do tipo robusto, muito utilizado em café solúvel, ultrapassando São Paulo e Paraná.
A pecuária Rondônia desponta como o Estado que mais produz leite na região Norte ocupando a 11ª posição no ranking Nacional, envolvendo aproximadamente 35 mil produtores no Estado. Na produção de grãos o Estado já ultrapassou o Paraná na produção da soja.
Portanto, somos um Estado promissor que ainda tem muito a crescer economicamente, revelando tudo aquilo que acreditava o Patrono do Estado Marechal Rondon.


 
Mas me propus a escrever para homenagear os 30 anos de Implantação do Estado de Rondônia, que testemunhei esse acontecimento histórico, mesmo sendo um jovem de 22 anos, pude assistir de corpo presente toda a emoção dos rondonienses na emancipação de Território para Estado. Foi o 23° Estado da Federação e que o governo lançou um slogan que circulou por todo o Brasil, e em rede nacional como “O MAIS NOVO ESTADO NO AZUL DA UNIÃO”.
Assisti a grande festa que aconteceu dentro e fora do Palácio Presidente Vargas. Estavam presentes milhares de pessoas que ouviram os discursos de autoridades de vários estados, ministros e do governador Jorge Teixeira. Foi uma festa realmente.
Nesse sentido, em se falando de uma digna festa que a população do Estado merece, nunca mais aconteceu. E nos últimos anos se atrofia mais e mais. Esta faltando mais amor a data, mais respeito ao fato histórico que nos levou a ser um Estado.
Inclusive sugiro ao governador Confúcio Moura, pessoa sensível e conhecedor da emancipação do Estado, que mude a data de comemoração. Passando para 22 de dezembro, data de criação do Estado. Por vários motivos:
A criação de qualquer coisa é vista como importante e por isso é comemorado. Todo ser humano comemora o dia De seu nascimento (criação) e não o dia que foi ao Cartório fazer seu Registro de Nascimento (“implantação” como pessoa), dessa forma estaríamos valorizando sempre a criação, que é a data mais importante, pois sem esse ato, não se teria a implantação. Volto ao exemplo de uma pessoa: ninguém registra alguém no Cartório sem que a pessoa tenha nascido. Por isso a criação, surgimento, aparecimento é demais importante.
Outra justificativa (pessoal) tem a ver com o astral festivo. O dia 22 de dezembro esta no clima das Festas de final de Ano (Natal e Revellion), é um mês envolvente e festivo, então os organizadores deveriam aproveitar para, neste clima favorável, realizar a Festa de Criação do Estado. Até o nosso lindo hino seria cantado com mais prazer.
O 4 de Janeiro, é importante, sem dúvidas, mas não tem o mesmo clima, é o período da ressaca das festas de final de ano. As pessoas, os funcionários, autoridades acabaram de se esbaldar nas Festas de Natal e Ano Novo, já estão esgotados de festejos. Portanto, o 4 de janeiro é ressaca pura. O 22 de dezembro já têm clima de festa, de comemoração.
FELIZ 30 ANOS DE RONDONIA DE TODOS OS BRASILEIROS.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

RONDÔNIA 30 ANOS


Rondônia 30 anos; Conheça um pouco da história do nosso estado



Oficialmente o aniversário do Estado vem sendo comemorado no dia 4 de janeiro, mas na verdade a história de Rondônia remonta a 66 anos antes, em 13 de setembro de 1943, quando foi criado com o nome de Território Federal do Guaporé e depois batizado como Território Federal de Rondônia. E a data de criação do Estado de Rondônia é 22 de dezembro de 1981, quando o Estado foi criado pela Lei Complementar N° 041, por inspiração do deputado federal Jerônimo Santana (que transformava o Território Federal em Estado).
A idéia de transformar  Rondônia em Estado surgiu no final da década de 1960 e se consolidou em 1970. Os rondonienses comparavam a crescente economia e população de Rondônia com a do Estado do Acre, e consideravam injusto aquele ser Estado e aqui continuar sendo um território dependente do Governo Federal.
Através da Lei Complementar n. 41, de 22 de dezembro de 1981, o então Presidente João Batista de Figueiredo criou o Estado de Rondônia. A Lei foi publicada no Diário Oficial da União no dia 23 de dezembro de 1981 e, por este ato, o Presidente Figueiredo, criador do Estado, foi homenageado com um busto que também está colocado na entrada principal do Palácio Presidente Vargas.
A sede do Governo está situada no centro da capital Porto-Velho, tendo sua entrada principal pela Rua José do Patrocínio, na Praça Getúlio Vargas, constando de sub-solo e mais dois andares. É uma obra na qual se pode observar a dimensão do espaço ocupado em uma área que, na época de sua construção era bastante acidentada devido o declive do terreno. Pelas suntuosas escadas que orlam a entrada, se chega ao hall principal onde encontra-se uma galeria de fotografias de todos os Governadores, desde a criação do então Território Federal do Guaporé.
São eles:
Aluízio Pinheiro Ferreira, de 01 de novembro de 1943 a 07 de fevereiro de 1946; Joaquim Vicente Rondon, de 07 de fevereiro de 1946 a 31de outubro de 1947; Frederico Trota, de 31 de outubro de 1947 a 09 de junho de 1948; Joaquim Araújo Lima, de 09 de junho de 1948 a 22 de fevereiro de 1951; Petrônio Barcelos, de 22 de fevereiro de 1951 a 07 de fevereiro de 1952; Jesus Burlamarque Hosanah, de 07 de fevereiro de 1952 a 18 de novembro de 1953; Ênio dos Santos Pinheiro, de 18 de novembro de 1953 a 13 de setembro de 1954; Paulo Nunes Leal, de 13 de setembro de 1954 a 05 de abril de 1955, José Ribamar de Miranda, de 05 de abril de 1955 a 14 de outubro de 1956.
Em 1956, o Território Federal do Guaporé passa, a ser denominado Território Federal de Rondônia, e seus governantes foram: Jaime Araújo dos Santos, de 14 de outubro de 1956 a 06 de novembro de 1958; Paulo Nunes Leal, assume pela segunda vez o cargo, de 06 de novembro de 1958 a 08 de setembro de 1961; Abelardo Alvarenga Mafra, de 18 de março de 1961 a 08 de setembro de 1961; Ênio dos Santos Pinheiro, assume pela segunda vez o cargo, de 13 de setembro de 1961 a 03 de julho de 1962; Milton Lima, de 03 de julho de 1962 a 12 de dezembro de 1962; Wadih Darwich Zacarias, de 12 de dezembro de 1962 a 27 de maio de 1963; Ari Marcos da Silva, de 27 de maio de 1963 a 14 de outubro de 1963; Paulo Eugênio Pinto Guedes, de 14 de outubro de 1963 a 27 de janeiro de 1964; Abelardo Alvarenga Mafra, de 27 de janeiro de 1964 a 06 de abril de 1964; José Manuel Lutz da Cunha Menezes, de 24 de abril de 1964 a 29 de março de 1965; João Carlos dos Santos Mader, de 29 de março de 1965 a 10 de abril de 1967; Flávio de Assunção Cardoso, de 10 de abril de 1967 a 30 de novembro de 1967; José Campedelli, de 30 de novembro de 1967 a 13 de fevereiro de 1969; João Carlos Marques Henrique Neto, de 13 de fevereiro de 1969 a 31 de outubro de 1972; Teodorico Gahyva, de 31 de outubro de 1972 a 23 de abril de 1974; João Carlos Marques Henrique Neto, assume o cargo pela segunda vez, de 23 de abril de 1974 a 20 de maio de 1975; Humberto da Silva Guedes, de 20 de maio de 1975 a 02 de abril de 1979; Jorge Teixeira de Oliveira, de 02 de abril de 1979 a 22 de dezembro de 1981.
Em 1981, o Território Federal de Rondônia é transformado em Estado, e seu primeiro governador foi Jorge Teixeira de Oliveira, de 22 de dezembro de 1981 a 14 de maio de 1985. Pela necessidade de afastamento do Governador, no período de 04 de janeiro a 15 de fevereiro de 1984 o cargo é ocupado pela Senhora Janilene Vasconcelos de Melo, seguida de Ângelo Angelin, de 14 de maio de 1985 a 15 de março de 1987.
Até aqui os governadores do Território Federal do Guaporé/Rondônia foram nomeados pelo Presidente da República. Desta data em diante passaram a ser eleitos e assumiram nesta ordem: Jerônimo Garcia de Santana
, de 15 de março de 1987 a 15 de março de 1991; Oswaldo Piana Filho, 15 de março de 1991 a 01 de janeiro de 1995; Valdir Raupp de Matos, de 01 de janeiro de 1995 a 01 de janeiro de 1999; José de Abreu Bianco, de 01 de janeiro de 1999 a 01 de janeiro de 2003; Ivo Narciso Cassol, de 01 de janeiro de 2003 a 01 de janeiro de 2006, sendo reeleito em 2006 para um novo período de 01 de janeiro de 2007 a 2010; Confúcio Aires Moura, com mandato em exercício desde 2011.
Foi na sacada do Palácio Presidente Vargas que no dia 04 de janeiro de 1982, o então Ministro da Justiça, Ibrahim Abi Ackel, representando o Presidente Figueiredo, dava por instalado o Estado de Rondônia e na frente da sacada um grande número de pessoas aguardava o anúncio do histórico acontecimento.
Vale salientar que no dia 04 de janeiro passou a ser comemorado o aniversário de Rondônia, quando é feriado estadual.
Parabéns Rondônia!

Fonte: Portal do Governo do Estado de Rondônia